terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Estádios da Copa de 2014




Recentemente o rumo que as construções dos estádios das doze sedes da Copa de 2014 no Brasil tomarão vem sendo muito discutido. As duas principais questões constantemente levantadas pelos órgãos de imprensa são o prazo das obras e os investimentos necessários para a construção de alguns estádios e a modernização de outros. No primeiro caso, muito se tem perguntado se os prazos serão cumpridos conforme acordado e, no segundo caso, principalmente, se não existirão gastos públicos com as arenas.
A edição da Veja n° 2197 trouxe um panorama um pouco mais completo de como estão algumas obras. Proponho o relacionamento algumas informações para uma compreensão mais simples sobre esses questionamentos em relação aos estádios.
A obra dos estádios é na verdade apenas um ponto de muitos outros importantes relacionados à infra-estrutura. As cidades necessitam de investimentos também em transportessetor de hotelariaaeroportos e portossaneamento básico e energia elétrica. Provavelmente boa parte, para não dizer tudo, sairá dos cofres públicos, parcerias entre cidades, governos estaduais e governo federal. Apesar de existir em alguns pontos possibilidade de parcerias com empresas privadas, pressupõe-se que essas obras são obrigação dos governos e até já deveriam existir para o bem da população.
grande problema em relação aos investimentos está na construção dos estádios em si. O maior risco é que se use o dinheiro público para essas construções correndo o risco de se erguer futuros “elefantes brancos”. Ficarão lá, lindos e imponentes, mas sem uso nenhum. O gasto para o funcionamento dessas arenas é muito grande, serão necessários projetos e programações para a utilização desses espaços por toda a população: eventos esportivosshows,exposiçõescentros de treinamentos para depois da Copa, principalmente nas cidades que não tem grande tradição esportiva ou times de futebol.
O estádio Green Point na África do Sul, por exemplo, segundo Tânia Nogueira, repórter da Veja, deveria ser administrado pelo consórcio SAIL Stade de France, no entanto foi anunciado em outubro que não se fecharia o contrato por não acreditar na viabilidade do negócio. O custo anual de 4,65 milhões de euros passou a sair diretamente do bolso do contribuinte, ou seja, o que pode acontecer no Brasil é que, não bastasse o gasto para erguer os estádios, o dinheiro que os administrarão poderá vir também do contribuinte, caso não exista planejamento.
O problema dos prazos também preocupa. Pega mal para um país que lutou tanto e se mostrou capaz inicialmente para fazer a Copa, não conseguir cumprir os prazos e expor a desordem existente para todo o mundo. A minha preocupação vai além dos estádios, está em relação aos aeroportos e os meios de transporte urbanos. Tenho certeza de que as obras de infra-estrutura vão sofrer atrasos e algumas não ficarão prontas para 2014. Em relação às arenas, a preocupação maior está centrada no prazo para a Copa das Confederações, que é realizada um ano antes da Copa do Mundo, um evento teste para a Copa com 8 países campeões de suas respectivas Copas continentais. Se algumas obras atrasarem, existirão poucos “estádios FIFA” preparados para receber essa competição. A saída seria utilizar outras arenas que já estão com suas obras em curso e que não fazem parte da Copa, caso da Arena Palestra Itália do Palmeiras em São Paulo e o caso da Arena do Grêmio em Porto Alegre.
Enfim… segue abaixo um panorama geral dos estádios que serão utilizados na Copa.

RIO DE JANEIRO – MARACANÃ


Será modernizado. Custo da obra: R$ 705,6 milhões. Capacidade: 76.000. Prazo de conclusão: dezembro de 2012. Andamento da obra: no prazo!

SÃO PAULO – ARENA DO CORINTHIANS


Será construído por iniciativa privada. Custo da obra: R$ 600 milhões. Capacidade: 65.000. Prazo de conclusão:indefinido. Andamento da obra: muito atrasada!

BELO HORIZONTE – MINEIRÃO


Será modernizado. Custo da obra: R$ 426,1 milhões. Capacidade: 69.000. Prazo de conclusão: janeiro de 2013. Andamento da obra: no prazo!

PORTO ALEGRE – BEIRA-RIO


Será modernizado por iniciativa privada. Custo da obra: R$ 130 milhões. Capacidade: 60.000. Prazo de conclusão:dezembro de 2012. Andamento da obra: no prazo!

CURITIBA – ARENA DA BAIXADA


Será modernizado por iniciativa privada. Custo da obra: R$ 184,6 milhões. Capacidade: 42.000. Prazo de conclusão:dezembro de 2012. Andamento da obra: no prazo!

BRASÍLIA – MANÉ GARRINCHA


Será modernizado. Custo da obra: R$ 745,3 milhões. Capacidade: 71.000. Prazo de conclusão: dezembro de 2012. Andamento da obra: no prazo!

SALVADOR – FONTE NOVA


Será reconstruído. Custo da obra: R$ 591,7 milhões. Capacidade: 50.000. Prazo de conclusão: dezembro de 2012. Andamento da obra: no prazo!

RECIFE (SÃO LOURENÇO DA MATA) – CIDADE DA COPA


Será construído. Custo da obra: R$529,6 milhões. Capacidade: 46.000. Prazo de conclusão: dezembro de 2012. Andamento da obra: atrasada!

MANAUS – ARENA AMAZÔNIA


Será reconstruído. Custo da obra: R$515 milhões. Capacidade: 48.000. Prazo de conclusão: setembro de 2012. Andamento da obra: no prazo!

NATAL – ESTÁDIO DAS DUNAS


Será construído. Custo da obra: R$ 350 milhões. Capacidade: 45.000. Prazo de conclusão: indefinido. Andamento da obra: muito atrasada!

FORTALEZA – CASTELÃO


Será modernizado. Custo da obra: R$623 milhões. Capacidade: 66.000. Prazo de conclusão: junho de 2013. Andamento da obra: muito atrasada!

CUIABÁ – ARENA PANTANAL


Será modernizado. Custo da obra: R$454,2 milhões. Capacidade: 43.600. Prazo de conclusão: dezembro de 2012. Andamento da obra: no prazo!

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